Há cerca de 30 dias, moradores dos patrimônios de Joaquim Távora – Cruzeiro e Joá – distantes entre 15 e 30 quilômetros do centro da cidade, estão sem sinal de telefone e internet. A falta de comunicação está deixando a população rural temerosa com a própria segurança e também com questões voltadas à saúde, transportes, educação e profissionais. As duas comunidades estão localizadas em regiões montanhosas de difícil acesso e são habitadas por sitiantes que trabalham na terra com plantios, granjas de frangos, gado e outras atividades.
O engenheiro agrônomo Celso Biussi, proprietário de terras no bairro do Cruzeiro, explicou que a comunidade local era atendida pela empresa SNI, que fornecia sinal via rádio, mas que foi vendida para a Nova Telecom de Curitiba, que há aproximadamente um mês cortou o sinal da região. “Já entramos em contato com a Nova Telecom e eles dizem que vão enviar técnicos para ver o que aconteceu, mas até agora ninguém apareceu. Estamos sem nenhum tipo de comunicação. Tememos por situações de emergência com nossos idosos e crianças e também com a segurança dos moradores”, resumiu.
Para Biussi, para solucionar de uma vez por todas, essa questão, a prefeitura poderia ajudar com a instalação de torre de telefonia celular de qualquer operadora que atenda a zona rural. “Pode ser da TIM, da Vivo, ou qualquer outra. Uma torre traria segurança, conforto e facilidades profissionais para esses patrimônios”, sugeriu.
O engenheiro agrônomo salientou o quanto essa tecnologia ajudaria na área econômica dos sitiantes. “Quando vamos escoar nossas produções elas precisam ser acompanhadas de Nota Fiscal, de Guia de Transporte de Animais, e de vários outros documentos que garantam que as cargas estão regulares. Com telefone muitos desses serviços poderiam ser feitos online. Sem isso, somos obrigados a ir até Joaquim Távora para emissão de cada documentação dessa”, comentou.
Insegurança – Não são raras as ocorrências de assaltos, roubos ou ameaças nas zonas rurais da região. Nesta segunda-feira, 25, dois bandidos roubaram um veículo no distrito de Monte Real em Santo Antônio da Platina. A polícia suspeita que sãos os mesmos que assaltaram uma Casa Lotérica em Cambará e que provavelmente se embrenharam na zona rural para fugir. Também houve época em que o alvo era o gado das propriedades. Muitos foram mortos e outros roubados de dentro dos pastos.
Para o engenheiro agrônomo, um telefone ajudaria muito nessas situações. “Com telefone podemos chamar a polícia, chamar o SAMU em casos de problemas de saúde. Na verdade, esse é um investimento democrático, porque socorre a população de várias maneiras. Se um carro quebra em uma dessas estradas não há como pedir ajuda. Isso também se estende ao transporte escolar”, ressaltou salientando que a região é montanhosa e tudo é muito longe. “O deslocamento é complicado porque é tudo muito distante. Temos posto de Saúde e escola. Não sei como está a comunicação nesses locais, mas de qualquer forma, tudo aqui está no meio do nada. Precisamos pelo menos de comunicação de uma forma que não apresente problemas constantes como essa empresa que estava nos servindo. A prefeitura estaria investindo nessas microrregiões que também colaboram com a economia do município, e que tem uma população bem significativa”, reafirmou.
Apesar de distante, os dois patrimônios costumam ser visitados por ciclistas que aproveitam os finais de semana para praticar atividade física e apreciar a beleza natural de ambas localidades. “´Finais de semana e feriados, os ciclistas passeiam por aqui. É um ponto turístico também”, concluiu.
Prefeitura – A reportagem do Portal Tá No Site entrou em contato com a prefeitura de Joaquim Távora. Quem comentou o assunto foi o chefe de Gabinete Anderson Bacili Caciatori. Segundo ele, o problema das comunidades do Cruzeiro e Joá é real e de conhecimento da administração pública e também da Câmara Municipal, mas esbarra em questões legais, como a contratação por meio de licitação de uma operadora de telefonia celular. “Por lei, a prefeitura não pode licitar a instalação de torre de telefonia celular para atender a população rural. Estive conversando sobre o assunto com uma vereadora e a ideia é que os moradores façam um abaixo assinado para uma dessas operadoras pedindo uma torre.
É apenas uma ideia, porque dessa forma saberemos o posicionamento da empresa e os critérios dela”, disse.
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