O Governo do Estado retoma neste mês de outubro a campanha Outubro Rosa, que confirma o compromisso com a saúde da mulher, chama a atenção para a prevenção dos cânceres de mama e do colo do útero e busca conscientizar sobre a importância do tratamento precoce.
A Secretaria estadual da Saúde estima que neste ano, no Paraná, devam ser registrados mais 3.470 novos casos de câncer de mama e 990 novos diagnósticos de câncer do colo do útero. O câncer de mama é um dos mais comuns em mulheres e é causado pela multiplicação anormal de células, que formam um tumor, podendo ainda invadir outros órgãos. O de colo do útero é o terceiro tipo mais frequente (exceto o câncer de pele não melanoma) e corresponde à quarta causa de mortes pela doença no Brasil.
“Quando detectado precocemente, as chances de sucesso no tratamento aumentam. A principal estratégia recomendada é a realização da mamografia. É importante que a mulher esteja sempre atenta e procure os serviços de saúde para os exames de rotina ou caso detecte algum sinal da doença”, diz o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
A redução no número de casos pode chegar a até 30% com prevenção e bons hábitos, afirma a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes. “Dentre estes hábitos estão a alimentação saudável, prática de atividades físicas, manutenção do peso corporal adequado, amamentar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, não fumar e evitar o tabagismo passivo”, enfatiza.
CAMPANHA– Desde 2019, o governo estadual promove a campanha do Outubro Rosa, que dissemina a conscientização sobre a necessidade do controle do câncer de mama. O objetivo é motivar a prevenção, também, do câncer do colo de útero em todo o Estado, envolvendo os municípios, a fim de contribuir ainda mais com o movimento internacional que acontece ao longo do mês.
Para reforçar ainda mais os cuidados, a Secretaria da Saúde elaborou uma Nota Técnica com orientações sobre a doença e ações a serem desenvolvidas pelos municípios. O documento, direcionado aos gestores e profissionais da Rede de Atenção à Saúde, busca a mobilização, o compartilhamento de informações e rastreamento para exames periódicos das mulheres.
O documento, direcionado aos gestores e profissionais da Rede de Atenção à Saúde, busca a mobilização, o compartilhamento de informações e rastreamento para a realização de exames periódicos das mulheres. A Nota pede especial atenção para que sejam identificadas em seus territórios, mulheres negras, quilombolas, indígenas, migrantes, rurais, pescadoras, ribeirinhas, ilhéus, caiçaras, faxinalenses, privadas de liberdade, ciganas, acampadas e assentadas, em situação de rua, caminhoneiras, dentre outras, conforme a faixa etária alvo e periodicidade dos exames citados.
AÇÕES– O Governo do Estado disponibiliza mais 1,2 milhão de exames citopatológicos do colo do útero durante o ano, realizando uma média de 100 mil exames por mês, em todo o Paraná. Durante o Outubro Rosa a oferta de exames triplica, chegando a 300 mil.
A Secretaria da Saúde promove também a busca ativa de mulheres dentro da faixa etária para que façam os exames de rastreamento e orienta os municípios para a importância da vacina do HPV, uma estratégia de proteção contra o câncer do colo do útero, além de incentivar o atendimento ampliado, em horários alternativos, durante a semana.
A recomendação é que os exames da mama ocorram a cada dois anos para mulheres entre 50 a 69 anos e o exame citopatológico do colo uterino (Papanicolau) a cada três anos em mulheres de 25 a 64 anos, se os resultados estiverem normais. Ele pode ser feito em qualquer unidade de saúde.
CÂNCER DE MAMA– De acordo com o Painel de Oncologia do Ministério da Saúde, em 2019 foram diagnosticados 3.687 casos de câncer de mama em mulheres residentes no Paraná. Em 2020 o Estado registrou 3.313 ocorrências, uma queda de 11%. Em 2021 os números voltaram a crescer, passando para 3.541, o que representa um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Em 2022 já são 1.988.
Há um aumento expressivo nos casos desde 2014. Foram 25.258 nos últimos 9 anos. Os números de 2020 podem estar associados à pandemia, com consequente subnotificação.
Dados do Sistema de Informação do Câncer (Siscan) mostram que houve 347.319 mamografias em 2019 no Paraná. Em 2020, por conta da Covid-19, o número caiu para 191.048 exames, uma redução de 45%. Com o cenário mais favorável e a vacinação da população, 2021 fechou com 239.963 mamografias, o que demonstra um aumento gradativo do número de exames. Em 2022, até setembro, foram 199.050 exames.
COLO DO ÚTERO– O câncer de colo de útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos de HPV (papilomavírus humano). Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2019 foram 1.389 casos de câncer de útero no Paraná. Em 2020 o número foi um pouco menor, com registro de 1.335 ocorrências. Já em 2021, foram 1.497 diagnósticos positivos. Os resultados de 2020 também podem ter sofrido impacto da pandemia, principalmente em relação à subnotificação.
No ano passado foram realizados 483.672 exames citopatológicos de rastreamento – 33% a mais do que em 2020, que registrou 362.728 exames.
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