A 21ª edição do concurso Café Qualidade Paraná premiou nesta quinta-feira (30) os melhores cafés do Estado. A cerimônia aconteceu em Mandaguari, na região Noroeste, e reuniu cerca de 300 participantes, entre técnicos e lideranças da cafeicultura estadual.
Na categoria café natural, o primeiro lugar ficou com Simone Schauer Maia, de Pinhalão. Regiane Miguel da Silva, de Curiúva, e Juliane Aparecida Nunes da Luz, também de Pinhalão, completaram o pódio.
Na categoria cereja descascado, o campeão foi Julio César Barros, de São Jerônimo da Serra. Juliane Aparecida Nunes da Luz, de Pinhalão, fez dobradinha no pódio, e Gabriel Augusto Soares, também de São Jerônimo da Serra, ficou em terceiro lugar.
Os campeões superaram mais de 130 concorrentes de todos os cantos do Paraná. O evento foi organizado pela Câmara Setorial do Café do Estado do Paraná, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) e a Associação dos Engenheiros-Agrônomos de Londrina.
“Pela primeira vez em 21 anos do concurso tivemos na disputa produtores de todas as zonas cafeeiras do Estado. Como em todas elas encontramos cafés preparados pelo método natural, essa premiação teve o objetivo de valorizar a presença dos cafeicultores”, explicou o economista Paulo Sérgio Franzini, que coordena a realização do concurso.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou o contínuo crescimento da qualidade dos cafés paranaenses nos últimos anos como estratégia para participação no mercado e aumento da renda dos produtores. “A inteligência está em transformar e colocar na mesa do consumidor, onde quer que ele esteja no mundo, produtos acabados, com embalagem, com marca, com muita qualidade, para ganhar da concorrência”, afirmou.
Ele destacou que o cultivo de café ocupa em torno de 30 mil hectares no Paraná, com produção de 700 mil sacas beneficiadas. A cultura está presente em 187 municípios, sendo a principal atividade econômica em mais de 50 deles. Cerca de 80% das propriedades cafeeiras são de pequena agricultura familiar, e boa parte têm mulheres como protagonistas, fruto do Mulheres do Café, projeto coordenado pelo IDR-Paraná há mais de dez anos.
O concurso individual é separado em duas categorias. No modelo natural, os grãos de café são secados inteiros, a chamada via seca. Já no cereja descascado, ou via úmida, a polpa do fruto maduro é retirada antes da secagem, com a finalidade de reduzir o tempo de torra.
A organização do concurso fez uma oferta de compra no valor de R$ 5 mil pela saca de 60 quilos para o vencedor, R$ 4 mil para o vice e R$ 3 mil ao terceiro colocado. A cotação leva em consideração o valor da saca na Bolsa de Valores (B3), de R$ 1.050,00, nesta quarta-feira (29). Este ano a comissão organizadora também reservou R$ 2,6 mil para os campeões regionais da categoria natural.
O julgamento dos cafés inscritos no concurso foi feito em duas etapas. Na primeira foram analisadas as características físicas segundo os critérios da Classificação Oficial Brasileira (COB), com o objetivo é detectar defeitos como grãos quebrados ou avariados por insetos. Foram aprovados 91 lotes: 60 da categoria natural e 31 de cereja descascado, nessa avaliação.
A segunda fase foi a prova de xícara. Uma equipe de 11 julgadores avaliou aroma, doçura, acidez, corpo, sabor, gosto remanescente e balanço da bebida com a metodologia da Associação de Cafés Especiais (SCA, na sigla em inglês).
O concurso Café Qualidade Paraná é patrocinado pela Amiste Cafés, Bratac Seda, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Centrais de Abastecimento do Paraná, Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina, Cocari Cooperativa Agropecuária e Industrial, Crea-PR, Federação de Agricultura do Paraná, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná, Grupo Dois Irmãos, Integrada Cooperativa Agroindustrial, Ocepar, Prefeitura de Mandaguari, Sebrae/PR, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Sicredi e Sociedade Rural do Paraná.