Última instância do Judiciário italiano, a Corte de Cassação em Roma negou o recurso final do jogador brasileiro Robinho e confirmou a sua condenação por estupro, ratificando assim a pena de nove anos de prisão já definida em instâncias inferiores.
Na mesma sessão, o amigo do jogador, Ricardo Falco, também foi condenado.
Embora condenados, ambos não podem ser extraditados para a Itália, já que a Constituição brasileira de 1988 proíbe isso. Robinho e o amigo foram condenados pelo ato de violência sexual contra uma pessoa vulnerável, ocorrido em janeiro de 2013, quando o atacante de 37 anos defendia o Milan.
Relembre o caso
O jogador teve a sentença de nove anos de prisão decretada pela Justiça italiana em segunda instância, com base em denúncia de violência sexual praticada contra uma jovem albanesa de 23 anos na madrugada de 22 a 23 de janeiro de 2013, em uma boate de Milão.
Além de Robinho e do também condenado Ricardo Falco, outros quatro brasileiros foram denunciados por terem participado do ato. Como já haviam deixado a Itália no decorrer das investigações, não foram avisados da conclusão das investigações e, por isso, não foram processados – o nome deles não é divulgado por causa disso.
O caso contra esses quatro brasileiros está suspenso até o momento, mas pode ser reaberto, principalmente agora que a Corte de Cassação confirmou a condenação de Robinho e Falco.
De acordo com a juíza italiana Francesca Vitale, que presidiu o julgamento em segunda instância, “a vítima foi humilhada e usada pelo jogador e seus amigos para satisfazer seus instintos sexuais”.
“O fato é extremamente grave pela modalidade, número de pessoas envolvidas e o particular desprezo manifestado no confronto da vítima, que foi brutalmente humilhada e usada para o próprio prazer pessoal”, escreveu a magistrada.
Robinho admitiu ter mantido relação sexual com a vítima, cujo nome não foi divulgado, mas negou as acusações de violência sexual, quando foi interrogado, em 2014. Ele não compareceu a nenhuma das audiências nos quase seis anos de julgamento.
O processo, que iniciou em 2016, teve a sentença de primeiro grau proferida em 23 de novembro de 2017. Em 20 de dezembro de 2020, a corte de Apelação de Milão, segunda instância da Justiça italiana, em uma única e breve audiência, confirmou a condenação do atacante e de Falco a nove anos de prisão.
Carreira estacionada
A polêmica em torno do caso impediu Robinho de voltar a vestir a camisa do Santos, em 2020. O acordo fechado para retornar ao Peixe acabou suspenso diante do resultado na segunda instância italiana. Desde então, o jogador refuta sondagens e almeja ainda encerrar a carreira pelo Peixe, clube que o revelou.
Robinho jamais demonstrou qualquer arrependimento pelo caso pelo qual estava sendo julgado na Itália.
“Estou aqui com tristeza no coração para falar a vocês que tomei a decisão, junto ao presidente, de suspender meu contrato diante desse momento conturbado da minha vida. Meu objetivo sempre foi ajudar o Santos. Se de alguma forma estou atrapalhando, melhor que eu saia e foque nas minhas coisas pessoais. Com certeza vou provar minha inocência”, afirmou na ocasião da suspensão do seu contrato.
Na mesma semana, também em 2020, ele alegou que o único crime que havia cometido foi “ter traído a esposa”.