O assassinato do jovem coroinha Gabriel Fernando dos Santos Lima, de 17 anos, que foi morto a tiros enquanto dormia na própria casa no distrito de Irerê, em Londrina, no norte do Paraná, na madrugada do último Natal, foi esclarecido pela Polícia Civil do Paraná (PCPR). O adolescente que era o principal suspeito se apresentou à Delegacia de Homicídios da cidade e confessou o crime, confirmando ainda que Gabriel foi morto por engano.
Após se apresentar à polícia, o jovem foi apreendido e encaminhado para o Centro de Socieducação (Cense), onde deve permanecer ao menos até a finalização do inquérito. Em seu depoimento, o suspeito relatou que o seu alvo não era Gabriel. Essa hipótese já havia sido levantada pelo delegado responsável pelo caso desde o início das investigações.
“Gabriel trabalhava, era coroinha da igreja, estudava, ou seja, não tinha envolvimento com drogas, chequei para verificar, não tinha. Já o vizinho dos fundos tem uma vida bastante torta e bem tumultuada. Inclusive algumas pessoas já queriam matar ele [o vizinho] em Tamarana, umas desavenças em Londrina, por isso estaria aqui em Irerê, para tentar se refugiar um pouco, escapar da confusão”, conta o delegado João Reis.
Mãe de coroinha se diz aliviada
Ainda muito abalada pela perda do filho, Elis Regina dos Santos Lima se diz aliviada pela confirmação de que Gabriel não tinha envolvimento com nada de errado.
“Eu jamais imaginei passar por uma situação dessa, tantos casos que a gente vê realmente de adolescentes, né, com um envolvimento errado. Mas do meu filho eu tinha plena certeza, né, que ele nunca se envolveu com nada errado, a gente sempre buscou o caminho de Deus, sempre ensinamos o caminho de Deus para para ele e para minha filha, porque eu tenho, né, um casal. E assim, graças a Deus, eles seguiram. Meu filho era estudante, trabalhador, e nos finais de semana a vida dele era igreja”, contou a mãe em entrevista exclusiva para a RICtv.
“Nunca mais teremos um Natal feliz”
Apesar do certo alívio com o desfecho do caso, Elis afirma que as marcas da tragédia jamais irão passar para a família. Ainda mais pelas circunstâncias do crime, ocorrido na madrugada do dia 25 de dezembro do ano passado.
“Infelizmente nunca mais nós vamos ter um Natal feliz. Mas, também, Deus sabe o que faz. Nós estávamos dormindo porque foi por volta de 4h30 da madrugada. Tanto é que ele estava dormindo, né? Minha filha esse dia estava do lado dele, dormindo na mesma cama que ele”, conta a mãe, que recorda o legado que o filho deixou para todas as pessoas que conviveram com ele.
“Assim, eu sempre recebi elogios das das escolas que ele que ele estudou. No trabalho o chefe dele me elogiou muito. Então, por onde meu filho passou, sempre levou alegria só, porque todo mundo só falou bem dele, só fala bem, não só dele, como da minha filha também”, afirma Elis, que complementa:
“Ele sempre foi da igreja, sempre participou das coisas da igreja, ele minha filha, eles tem um ano e 7 meses de diferença, então os dois faziam as coisas deles sempre juntos. E eu tinha uma tranquilidade em relação à vida deles. Porque meu filho era assim, escola, trabalho, casa, igreja, entendeu? Então não tinha aquela preocupação de um dia eu receber uma notícia: ‘seu filho estava na balada, foi morto’. Tanto é que ele não foi morto na rua. Ele não estava 4h30 da manhã na rua, ele estava dentro de casa dormindo na cama dele”.
Jovem foi morto enquanto dormia
Gabriel foi morto a tiros enquanto dormia em sua casa, na madrugada do Natal. De acordo com os relatos da família, o suspeito entrou no terreno da casa onde o jovem morava, abriu a janela do quarto de Gabriel e efetuou diversos disparos contra ele.

A família levou o jovem catequista para o Hospital Zona Sul, no entanto, a vítima não resistiu e morreu no local. Conforme o boletim de ocorrência, o médico constatou quatro perfurações no abdômen, na perna direita, coxa esquerda e direita.Gabriel participava do grupo de jovens da igreja em que frequentava, era fotógrafo da instituição e catequista.