A CTG Brasil, uma das líderes em geração de energia limpa no País, apresentou na quarta-feira (27) para jornalistas da região os preparativos operacionais da empresa – concessionária de oito usinas hidrelétricas no rio Paranapanema – para o próximo período chuvoso, que começa em novembro de 2023 e vai até março de 2024. A expectativa é para um volume de chuvas novamente acima da média, podendo repetir e até mesmo superar o ciclo anterior – marcado pela abertura de vertedouros para o controle de nível dos reservatórios, numa operação coordenada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O workshop para os jornalistas ocorreu na UHE Chavantes, uma das mais importantes e tradicionais do Paranapanema. Além das questões ligadas à operação das usinas e a preparação para o período chuvoso, o evento contou com a apresentação dos projetos sociais desenvolvidos ou apoiados pela empresa que impactam positivamente a região e a atualização do Plano de Ação de Emergência (PAE), tema relacionado à segurança das barragens, finalizando com a visita guiada dos profissionais de imprensa pela usina.
Durante o workshop, o gerente de engenharia de operações Gustavo Forni explicou que a operação da Usina Chavantes, assim como as demais usinas do País, é coordenada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), conforme procedimentos aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), tanto no que se refere à produção de energia, quanto ao controle do nível dos reservatórios. E que essa operação leva em consideração vários fatores como o uso múltiplo dos reservatórios, os níveis dos demais reservatórios do País e as previsões climáticas.
E para atender às determinações do ONS durante o período chuvoso e garantir o pleno funcionamento operacional das usinas da CTG Brasil, a manutenção e a inspeção dos equipamentos nos empreendimentos começam meses antes do início do período chuvoso.
“O trabalho de manutenção preventiva nos equipamentos é realizado de forma rotineira, mas no período que antecede a temporada de chuvas, de abril a outubro, intensificamos alguns processos, com inspeção completa nos sistemas de drenagem e nos geradores, abertura e fechamento de comportas, estudos hidráulicos e elétricos e treinamentos com as equipes de operação e de manutenção. Além disso, temos o nosso plano de resposta e emergência, em que verificamos várias situações, como os sistemas de comunicação com a guarda civil e a polícia militar, entre outras ações. Tudo isso para que, se tivermos uma afluência muito alta, a gente consiga amortecer e suavizar o excesso de água que está por vir”, explicou Forni.
O gerente de Engenharia de Operações da CTG Brasil aproveitou a ocasião para falar também sobre o Sistema de Operação em Situação de Emergência (SOSEm), conjunto de normas e procedimentos de operação para os períodos de secas e cheias.
Realizado em parceria com as prefeituras e defesas civis, o SOSEm trata dos aspectos técnicos, organizacionais e administrativos das hidrelétricas, com o propósito de garantir a segurança operacional dos reservatórios. O sistema toma providências preventivas e corretivas necessárias para a integridade e a segurança das usinas, além de considerar a segurança das comunidades ribeirinhas.
Mais chuvas – Dados do CPTEC/INPE mostram que, de outubro de 2022 até março de 2023, o volume acumulado de chuvas na região foi cerca de 862 mm, próximo a média climatológica para o período. A UHE Chavantes, por exemplo, chegou a operar com mais de 96% da capacidade de armazenamento do reservatório. Em relação aos próximos meses, de outubro de 2023 a janeiro de 2024, com base em análises climáticas, a estimativa da empresa é que o volume de chuva para o período seja pelo menos 30% acima da média climatológica, devido a atuação do fenômeno El Nino.
Segurança de barragem – Outro importante tema do evento foi segurança de barragem, com a atualização do Plano de Ação de Emergência (PAE) para a Usina Chavantes. O PAE tem caráter preventivo e estabelece os procedimentos numa eventual situação de emergência.
Pedro Nunes, gerente de Segurança de Barragem da CTG Brasil, explicou que os testes sonoros nas torres de sirenes instaladas nas áreas abaixo da barragem em Chavantes devem ser realizados ainda este ano, com participação das defesas civis das cidades de Chavantes (SP) e Ribeirão Claro (PR).
“As sirenes têm o papel de alertar a população que vive logo abaixo da barragem, uma área chamada de ZAS, Zona de Autossalvamento, a se dirigir até o ponto de segurança mais próximo, utilizando as rotas de evacuação, já sinalizadas. Importante reforçar que o PAE tem caráter preventivo e todas as barragens administradas pela CTG Brasil são seguras, consideradas de baixo risco e operam dentro do que rege a Lei de Segurança de Barragens”, destacou Nunes.
Sobre a UHE Chavantes – Com 414 MW de capacidade instalada, a Usina Hidrelétrica Chavantes gera energia suficiente para abastecer uma cidade de 840 mil habitantes. A barragem da usina impressiona: são 89 metros de altura e 500 metros de comprimento.
Há 53 anos em operação, a UHE Chavantes se destaca também por ser reservatório de acumulação, com a capacidade total de armazenamento de 8,8 bilhões de m³ de água, sendo 3,04 bilhões de m³ para a geração de energia elétrica. Além disso, o reservatório da usina – um lago límpido de 419 km², maior que 57 mil campos de futebol, com bordas que se estendem por 1.085 km – banha 15 cidades paranaenses e paulistas, entre elas Piraju, Ribeirão Claro e Carlópolis.
Discussão sobre esse post