As recentes altas nos preços dos combustíveis provocaram um ‘boom’ nas vendas de motocicletas. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a procura por motos subiu 14,30% no primeiro semestre de 2022, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Outro levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo) aponta que, no último mês de maio, foram produzidas 129.781 motos, uma alta de 15,2% se comparado a abril e de 25% em relação ao mesmo mês de 2021.
Cleverson Carvalho Cezário trabalha como avaliador na Blokton, que é a maior rede de concessionárias da Honda no Paraná. A marca teve um aumento de 25,8% nas vendas de janeiro a abril, em relação aos mesmos meses de 2021. O maior aumento foi verificado em abril, com acréscimo de 36,7%.
“Bastante gente hoje vai pela opção da moto porque faz um cálculo que o valor gasto de combustível com um automóvel vai pagar a parcela da compra da moto. Vamos pegar um carro popular a média é de 10 a 12 km por litro. Uma moto você vai pegar de 30 a 35 por litro. Então, a diferença com aumento de combustível é bem grande”, disse a Banda B.
O Eluisio Dias é proprietário da Adrenalina Motos, no bairro Rebouças, em Curitiba, e também percebeu um aumento na procura por motocicletas. Segundo ele, mesmo pessoas que possuem carro tem buscado comprar moto como alternativa para o dia a dia.
“O maior motivo para se ter uma motocicleta é a mobilidade, porque enquanto a pessoa faz um trajeto de 10 km em 40 minutos de carro, de moto esse mesmo trajeto é feito em 15 a 20 minutos. O segundo é o fato econômico: uma moto, além de não pagar estacionamento, tem economia de combustível”, afirmou.
Moto como alternativa para economizar
O gestou comercial Antônio Agnaldo Mattos, de 35 anos, foi um dos que deixou o carro e investiu no transporte sobre duas rodas.
“Eu era das quatro rodas com conforto, ar condicionado, mas do jeito que está a situação, não dá. Eu pego a Linha Verde todos os dias, porque moro em Colombo. Além da mobilidade, o combustível ajuda demais”, contou à Banda B.
O estudante de jornalismo Rodrigo Martins tem os dois tipos de veículo, porém no dia a dia escolhe a moto para deslocamento.
“Eu também tenho carro em casa, porém eu utilizo somente para lazer, passear com a família, em trajetos curtos, para ir no mercado, essa é a única função do carro para mim, não tem como utilizar ele no dia a dia”, destacou.