Só agora, 50 dias após defender uma mulher que apanhava do marido na rua, uma enfermeira que foi atropelada pelo agressor voltou a andar.
Leidiane Nazário Rodrigues, de 35 anos, foi atropelada quando parou sua moto e disse que ia chamar a polícia. Revoltado, o homem partiu com o carro para cima da enfermeira, que foi arrastada, teve várias lesões pelo corpo e precisou fazer cirurgias.
Feliz pela recuperação, a enfermeira fez um post nas redes sociais para dizer que está muito satisfeita com o resultado do tratamento e que sabe que fez o certo pela vítima. “São passos bem pequenos, mas para mim é algo muito grande. É uma sensação incrível”, afirmou.
O atropelamento
Leidiane foi atropelada no dia 24 de novembro. O suspeito é o empresário Leonardo O. L. S. que agredia a própria esposa na rua. Quando a enfermeira viu a cena, ela não hesitou e parou para ajudar a mulher.
Quando estacionou a moto a uns 100 metros de distância da briga, ela avisou que ia chamar a polícia. O homem se irritou, entrou no carro e o jogou em cima da moto da enfermeira. Ela foi arrastada por cerca de 20 metros até bater em um poste. O homem foi preso e Leidiane não se arrepende da atitude que teve:
“Como não ajudar? Não consegui não ajudar. Como me omitir vendo aquela mulher apanhando com tamanha violência? Fiquei com tanta pena dela, que parei”, relembrou.
As cirurgias e a recuperação
A enfermeira atropelada passou por cirurgias no quadril, ombro e maxilar. Ela perdeu muita massa muscular e ainda precisa da ajuda de um andador para se locomover.
Leidiane ainda não tem muita força no braço para apoiar no andador e não pode forçar muito na caminhada, mas está muito confiante na recuperação. Ela tem feito fisioterapia três vezes por semana e ainda deve passar por novas cirurgias.
“Aprendi a viver cada momento do processo. Não sofro antecipadamente pelas coisas que virão”, afirmou.
Ajudar outras mulheres
A enfermeira contou que após ser atropelada pelo agressor, sentiu ainda mais vontade de defender as vítimas de violência doméstica.
Após se recuperar totalmente, ela quer lançar um projeto para ajudar essas mulheres.
“Seria uma espécie de blog, uma comunidade online para ajudar mulheres vítimas de agressão. Teriam pessoas especializadas para orientar os casos”, complementou.
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