Com o objetivo de obter mais conhecimento sobre Salto Livre Operacional (SLOp), a Polícia Militar do Paraná enviou dois policiais paraquedistas para o I Simpósio de Operações Especiais e Atividade de Salto Livre Operacional, que aconteceu na Bahia no final de janeiro. O evento técnico foi organizado pelo Bope da PM daquele estado.
O objetivo é ganhar conhecimentos sobre o tema para que, no futuro, a PM do Paraná possa ter profissionais habilitados em salto livre para o emprego operacional. Participaram do evento técnico policiais militares de outros estados e países (São Paulo, Maranhão, Mato Grosso, Distrito Federal, Carabineiros do Chile, Polícia Federal e Polícia Francesa).
O Paraná foi representado pelo subcomandante do Comandos e Operações Especiais (COE), do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente Lucas Eduardo Nicola, e o mestre de salto e ex-integrante do COE, soldado Rafael Correa de Abreu, lotado no Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA).
Devido à experiência, o soldado Abreu atuou como treinador BBF (Basic Body Flight) saltando junto com os que, até então, haviam realizado poucos saltos. “Tivemos instruções, palestras, apresentação de padrões e procedimentos técnicos para evoluir no paraquedismo operacional nas forças especiais das polícias. O paraquedismo é a gênese das operações especiais do Brasil e, por isso, estamos evidenciando essa ferramenta para ser aplicada na Polícia Militar do Paraná”, explicou o tenente.
A participação dos militares estaduais paranaenses foi para entender como funciona o treinamento, os equipamentos, a qualidade técnica dos operadores e toda estrutura do paraquedismo do Bope da Bahia, instituição de referência nacional na área. Também foram ministradas instruções sobre como é realizada a montagem de uma equipe, qual o tipo de equipamento utilizado e o investimento.
DIFERENCIAL – O SLOp é utilizado por tropas operacionais especiais como método de infiltração em um terreno de difícil acesso ou em que a infiltração por paraquedismo seja mais interessante do ponto de vista tático de uma determinada missão.
Esse método, segundo o tenente Nicola, é um grande diferencial porque permite que os operadores acessem locais estratégicos sem serem notados por olheiros de grupos criminosos podendo, inclusive, ser infiltrados à noite pelo ar.
“Através do conhecimento adquirido, o objetivo a partir de agora é trazer esta ferramenta para a corporação através do Bope, apresentando a forma legal e prática de implantação e gerando a integração com o BPMOA para melhorar a proficiência dos operadores”, disse o tenente Nicola. Segundo ele, estima-se que em no máximo 2 anos seja possível executar o Salto Livre Operacional em adestramentos operacionais.
PREPARAÇÃO – O adestramento de uma equipe militar para execução do SLOP requer que inicialmente o operador seja formado em Curso de Operações Especiais. Ele normalmente ocorre em três etapas: primeiro o policial militar salta livre, sem arma e sem equipamentos, para que possa ganhar proficiência, ou seja, estabilidade e habilidade de movimentos em queda livre. Segue então para uma fase de salto com a mochila e depois salto com mochila e fuzil em cima da área de pouso.
A terceira parte do adestramento ocorre quando, após dominar a queda livre armado e equipado e ter boa noção de navegação (inclusive noturna), o policial realiza missões simuladas em equipe, saltando a uma grande distância do objetivo. “É uma atividade de altíssimo risco, porém também pode ser decisivo para uma ocorrência mais complexa”, acrescentou o tenente.
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